segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Cohapar e Itaipu firmam convênio para construção de 45 casas indígenas




O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, e o diretor de coordenação da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, firmaram convênio para a construção de 45 casas indígenas nos municípios de Diamante do Oeste e São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Estado. Os investimentos são de cerca de 1,1 milhão, sendo que os recursos são provenientes, em partes iguais, do Governo do Estado e da Itaipu.

“Com a efetivação deste convênio com a Itaipu Binacional, a Cohapar avança com a política social pregada pelo governador Roberto Requião, de integração cultural, respeitando as características culturais de cada etnia. As casas vão ser construídas de acordo com um novo projeto de habitação indígena desenvolvido pela nossa equipe, que considera os usos e costumes de cada etnia. O resultado são casas que respeitam as características e tradições culturais dos índios, sem abrir mão da infra-estrutura de uma residência moderna”, comentou Greca.

Nelton Friedrich enalteceu este momento, que é o da valorização e respeito à cultura indígena. “Este momento é um marco para o Estado, pois estamos retomando a realização de um sonho. Com este convênio, nós praticamente vamos zerar a necessidade de casas dignas para as comunidades Avá-Guarani. São casas que contam com recursos da Itaipu, da Cohapar e do Governo do Estado”, comemorou.

Em Diamante do Oeste, a aldeia Tekoha-Itamarã recebe 25 casas e mais 10 moradias vão beneficiar os índios da aldeia guarani Tekoha-Añetete. Já no município de São Miguel do Iguaçu, as demais casas serão construídas na aldeia Ocoí. O início das obras está previsto para o início de 2009.

Novo projeto de habitação indígena – As casas indígenas de Diamante do Oeste e São Miguel do Iguaçu terão quatro espaços básicos: varanda, cozinha ou sala do fogo ritual, quarto ou alcova familiar, e instalações sanitárias. Também haverá um centro cultural entre a aldeia e a cidade, para mediar a transição da cultura indígena comunitária e o capitalismo e uma casa de oração em forma de canoa de índio invertida, metáfora do firmamento como uma canoa onde estão embarcadas as estrelas.

Casa da Família Indígena – A Cohapar realiza, desde 2003, o Casa da Família Indígena, um dos maiores programas de habitação indígena em execução no Brasil. Já entregou ou finaliza as obras de 950 unidades.

O programa foi implantado para resolver a carência de moradia nas aldeias indígenas paranaenses, que haviam se transformado em favelas rurais. Para isso, a Cohapar convocou lideranças dos povos e indigenistas, que trabalharam lado a lado com os arquitetos e engenheiros da Cohapar no desenvolvimento dos projetos.

Reservas indígenas – No Brasil, existem duas reservas indígenas nas comunidades Avá Guarani, Ache, Tavytera/Xiripá, Mborere, M\'bya Guarani e Maká, sendo os avás a maioria. As duas reservas indígenas estão localizadas nas cidades de São Miguel do Iguaçu e Diamante do Oeste, distantes entre 40 e 90 quilômetros de Foz do Iguaçu. Em São Miguel está a Reserva Ocoí, numa faixa de terra de 256 hectares às margens do Lago Itaipu.

Já um grupo de 145 avá-guaranis está assentado na reserva Tekohá-Añetete, uma área de 1.780 hectares distante 15 quilômetros de Diamante do Oeste. A área foi comprada pela Itaipu em 1997. A binacional auxilia a comunidade em convênio com outros órgãos e entidades desde 1998.

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